Santa Luzia, Minas Gerais
Santa Luzia, Minas Gerais
Apresentação – Cidade
Santa Luzia é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, pertencente à Região Metropolitana de Belo Horizonte. Localiza-se a 19º46’11″ de latitude sul e 43º51’05″ de longitude oeste, a uma altitude de 751 metros.
Sua população de acordo com o Censo 2010 pelo IBGE é de 203.184 habitantes, com a maior concentração populacional e atividade comercial no Distrito São Benedito, situado a oito quilômetros do centro do município.
Localidade
Situada à 27 km de Belo Horizonte, Santa Luzia está localizada de forma estratégica na Região Metropolitana, próxima aos aeroportos de Confins e da Pampulha. A cidade é banhada pelo Rio das velhas; dispõe de linha férrea e gasoduto subterrâneo. Santa Luzia é o 3º Pólo Industrial da Grande BH e ocupa o décimo terceiro lugar entre as cidades mais populosas de Minas Gerais.
O município possui três vias de acesso com portais: via MG-020 ou Avenida das Indústrias; via MG-010 e MG-433 via São Benedito e via BR-381, através da Avenida Beira Rio AMG-145. Os portais marcam o limite da cidade com Belo Horizonte e Sabará e dão identidade ao município, além de fazerem parte do sistema de segurança da cidade.
História
A história do município originou-se com aventureiros que em busca de riquezas, descobriram Santa Luzia. Tudo começou, em 1692, durante o ciclo do ouro. Uma expedição dos remanescentes da bandeira de Borba Gato implantou o primeiro núcleo da Vila, as margens do rio das Velhas, no garimpo de ouro de aluvião. Com a enchente do rio, o pequeno vilarejo mudou-se para o alto da colina, onde, hoje, é o Centro Histórico da cidade. Em 1697, ergueu-se o definitivo povoado. Mais de 150 anos depois, em 1856, o povoado foi emancipado e desmembrado de Sabará e a partir de 1924, passou a se chamar Santa Luzia.
Santa Luzia tornou-se um importante centro comercial, ponto de parada dos tropeiros que vinham negociar e comprar mercadorias. Na rua do Comércio, no bairro da Ponte, existia um porto para os barcos que navegavam pelo Rio das Velhas, transportando mercadorias comercializadas em Minas Gerais. Assim, Santa Luzia passa a ser um ponto de referência do comércio, cultura e arte. O Distrito de São Benedito, na década de 50, começou a ser povoado. Mais tarde foram construídos, no local, grandes conjuntos habitacionais o Cristina e o Palmital e ocorreu a expansão do comércio.
Cidade imperial
O imperador D. Pedro II, em visita a Santa Luzia em 1881, ficou hospedado no Solar da Baronesa, um centro de referência social e cultural do início do século XIX, localizado na Rua Direita, no Centro Histórico. A visita foi registrada, pelo Imperador no seu diário de viagem, publicado no Anuário do Museu Imperial Vol. XVIII – Petrópolis 1987, que concedeu ao município o título de cidade imperial.
Padroeira da cidade
Conta a história oral, que um pescador chamado Leôncio, que tinha problemas na visão, observou um objeto brilhando no rio, enterrado na areia. Quando pegou era a imagem de Santa Luzia, a santa protetora dos olhos, e assim se deu o primeiro milagre da santa, já que na mesma hora ele volta a enxergar. A imagem foi levada para a primeira capela do arraial, tornando-se a padroeira do município. O Sargento- Mór Pacheco Ribeiro, que morava em Portugal, ao ficar cego, fez uma promessa a Santa Luzia das Minas Gerais, que se voltasse a enxergar viria para a cidade. Como recebeu o milagre, ele se mudou com suas três filhas para Santa Luzia e reformou e aumentou o templo, onde hoje está a Igreja Matriz, localizada na Rua Direita, no Centro Histórico.
Revolução Liberal de 1842
Um fato importante que marcou a história da cidade, foi a Revolução Liberal de 1842. O casarão, onde abriga hoje a Casa da Cultura, antigo Solar Teixeira da Costa, foi o quartel-general dos revolucionários e ainda guarda as marcas de balas em suas janelas. A batalha final foi travada no Muro de Pedras, entre as tropas do revolucionário Teófilo Otoni e do legalista Duque de Caxias.
Atrativos Turísticos
1. Igreja Matriz de Santa Luzia
A capela primitiva foi erguida por volta de 1701, em torno da qual se formou um rancho para tropeiros que vinham dos currais da Bahia para abastecer a região das minas.
De 1744 a 1778 a primitiva capela sofreu várias alterações, tendo contribuído para isto o Sargento Joaquim Pacheco Ribeiro, em agradecimento à cura de sua visão.
O apuro ornamental do seu interior reflete três fases estilísticas do período colonial. Além da excepcional qualidade de entalhe da 2ª fase do Barroco – Estilo D. João V, cuja presença de Aleijadinho é considerada, assim como o requinte Rococó e também a linguagem despretensiosa dos padrões neoclássicos.
Foi inteiramente restaurada entre 1988 a 1992.
2. Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Templo erguido pela irmandade dos negros nos primórdios do arraial. Em meados do séc. XVIII recebeu melhorias com apoio dos homens brancos filiados à confraria dos negros.
Em 1756 o vigário de Roça Grande veio benzer solenemente essa nova capela.
No início do séc. XX foi novamente reformada tendo gravado no frontão a data de 1909, provavelmente marco de conclusão das obras.
3. Capela de Nosso Senhor do Bonfim
Não há registro documental sobre a data e a responsabilidade da sua edificação. Pelas suas características construtivas e ornamentais, supõe-se que tenha sido construída em fins do séc. XVIII ou princípio do XIX. Possui um único retábulo dedicado ao Senhor do Bonfim, cuja imagem, em tamanho natural, é de rara beleza. Foi totalmente restaurada em 2007, retornando às suas características originais.
4. Hospital São João de Deus e Capela
Instalado por Lei Provincial de 02/04/1840 por empenho do 1º Barão de Santa Luzia, sob o patrocínio de São João de Deus, santo português, fundador da Ordem dos Hospitalares.
O imóvel foi adaptado para esta finalidade, passando a ser administrado pela então formada “Irmandade da Misericórdia de São João de Deus”, que atua até hoje.
Em seu interior encontra-se instalado, desde 1950, o retábulo dedicado a Nossa Senhora Sant’ Ana, pertencente à primeira capela erguida no antigo arraial de José Corrêa, origem da cidade, às margens do Rio das Velhas. Suas características construtivas e ornamentais remontam a primeira fase do Barroco Mineiro – Estilo Nacional Português.
O retábulo foi totalmente restaurado em 2007 retornando integralmente às suas características originais.
5. Solar Teixeira da Costa
Um dos casarões mais belos do período colonial, erguido no séc. XVIII pelo vigário luziense, Manoel Pires de Miranda.
Em 1842, serviu de quartel-general dos bravos “LUZIAS”, forças rebeldes do império, durante a Revolução Liberal. Posteriormente foi ocupado pelas tropas legalistas vitoriosas do Barão de Caxias.
Em meados do séc. XIX foi adquirido pela Baronesa de Santa Luzia funcionando como “Casa de São João de Deus”.
No final do séc. XIX passou a pertencer à família Teixeira da Costa, nela residindo o importante Senador do Congresso Mineiro Manoel Teixeira da Costa.
Atualmente pertence à municipalidade, abrigando a “Casa de Cultura” e o “Museu Aurélio Dolabella”.
6. Capela do Instituto São Jerônimo
Projetada pelo arquiteto modernista Raphael Hardy Filho (1917 – 2005) na década de 1940, abriga em seu interior o retábulo proveniente da antiga Fazenda da Baronesa, apresentando características ornamentais do período D.João V.
7.Solar da Baronesa
Edificado entre o final do séc. XVIII e início do XIX, para abrigar a família do 1º Barão de Santa Luzia, Manuel Ribeiro Viana, Tenente Coronel, Comendador, comerciante, vereador, acionista fundador do Banco do Brasil e sua esposa Maria Alexandrina de Almeida, grandes beneméritos desta cidade.
Em 1825 foi palco de uma grande festa em homenagem ao aniversário natalício e de aclamação do Imperador D. Pedro I.
Em 1881 hospedou D. Pedro II e sua comitiva em viagem por Minas Gerais.
Em seu interior encontra-se decoração nos estilos Rococó e Neoclássico e um lindo retábulo consagrado a Nossa Senhora das Dores.
8. Marco Comemorativo da Ação Pacificadora de Caxias
Monumento erguido no local denominado Alto do Tamanduá. Neste local, em 20/08/1842, símbolo da resistência dos Liberais, travou-se a última batalha da Revolução Liberal que se estendeu à província de Minas Gerais.
Num encadeamento de fatos, numa jornada de paixão, Caxias e Teófilo Otoni se enfrentaram numa ação que, para um lado representou pacificação e, para o outro, o fim do ideal libertário.
O heroísmo dos revolucionários fez com que o poeta Olavo Bilac (1865 -1918) definisse Santa Luzia como a “Tradição viva da Bravura Mineira”.
9. Casa à Rua Direita, nº 101
Aqui residiu, no séc. XIX, a família do Tenente-Coronel José Oliveira Campos, figura de destaque no Movimento Liberal de 1842.
No início deste século foi adquirida pelo Deputado e Senador da República Modestino Gonçalves (1861-1941), Major honorário do Exército, jornalista, advogado, tribuno fluente, chefe político de larga influência e benemérito desta cidade.
10. Mosteiro de Macaúbas
Instituição religiosa fundada em 1714 por Félix da Costa, natural de Alagoas, que inicia a construção da Ermida dedicada à devoção de Nossa Senhora da Conceição, e de um pequeno prédio anexo, às margens do Rio das Velhas.
Em 1716, o vigário de Roça Grande benze o local que recebe, então, 12 recolhidas, sete das quais parentas do fundador.
Em 1733 tem início a construção de um novo prédio, maior e mais afastado do rio. Mais tarde, recebe o acréscimo de mais duas alas, sob o patrocínio do Contratador dos Diamantes do Tijuco, João Fernandes de Oliveira, para abrigar várias de suas filhas. Essas alas são conhecidas como Serro, em referência ao patrocinador.
Foi o 1º Colégio Feminino da região, de grande prestígio protegido por Ato Régio de 1789, pela Rainha de Portugal D. Maria I.
Em 1881, recebe a visita de D. Pedro II.
Em 1933, o Colégio foi fechado nascendo o Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas.
11. Rua Direita
Como as demais cidades históricas, Santa Luzia também tem a sua Rua Direita, eternizada nas vozes dos poetas da terra que a definiram assim: “Direita sem ser reta, cada uma de suas esquinas é carregada de histórias”.
Com construções características dos séculos XVIII, XIX e XX, a Rua Direita era o principal centro comercial do então arraial de Santa Luzia do Rio das Velhas. Prova disso são as inúmeras casas e sobrados com a presença das “portas de vendas”. Nessa rua residiam as principais famílias da cidade, além de concentrar os poderes religioso, executivo, legislativo e judiciário.
Juntamente com a Rua de Trás (atual Rua Floriano Peixoto) e a Rua do Serro, formavam as principais vias de acesso que ligavam a região das minas, as Fazendas de Macaúbas, Carreira Comprida, Fidalgo e Jaguara em direção ao Serro, Paracatu e Goiás.
12. Igreja São João Batista
Construída em 1904, em estilo neogótico advindo das manifestações ecléticas que marcaram o início do século XX em Minas Gerais.
Apresenta interior despojado, destacando o altar-mor esculpido em mármore e janelas ogivais adornadas com vidros coloridos.
13. Estação Ferroviária
Instalada em 1893, foi construída em estilo eclético no fim do século XIX e princípio do XX, dentro dos padrões da arquitetura que caracterizou este período.
Foi de grande importância para a economia de Santa Luzia e para o Bairro da Ponte. Sua existência provocou grande afluência de famílias de origem sírio-libanesa, italianos e turcos que fizeram florescer no bairro a atividade comercial, caracterizada até os dias atuais pela sua Rua do Comércio.
14. Residência à Rua Direita nº 621
Nos primórdios do arraial, pertenceu a um abastado comerciante chamado Vicente Rico.
Posteriormente foi adquirida pelo Barão de Catas Altas, José Batista Ferreira de Souza Coutinho, dono da mina de ouro do Congo Soco que, das sacadas, não perdia as festas da cidade, trazendo grande comitiva.
Atualmente pertence à família Dolabella.
15. Residência à Rua Direita nº 529
Pertenceu ao Barão de Catas Altas e posteriormente, ao Dr. Modestino Carlos da Rocha Franco, político e administrador que muito fez pela grandeza de Minas Gerais.
Informações:
Secretaria de Cultura e Turismo de Santa Luzia
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